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80% da população é contra mudanças propostas para Código Florestal

Segundo o Instituto Datafolha, que ouviu 1286 pessoas, 80% dos brasileiros são contra as mudanças propostas por Aldo Rebelo (PCdoB-SP) e aprovadas na Câmara dos Deputados para um novo Código Florestal Brasileiro. Em geral, a pesquisa demonstrou que, além do aumento da preocupação pela conservação das florestas, os brasileiros se mostraram insatisfeitos com a condução do processo de construção do novo Código.
A informação é que 79% apoiam o eventual veto da presidente, caso o Senado valide a proposta aprovada pela Câmara, e que 84% não votariam nos deputados e senadores favoráveis à anistia para os desmatadores.

O levantamento, que apurou a opinião de 1.286 pessoas em todo o País, no período entre os dias 3 e 7 de junho, também avaliou o conhecimento da população sobre os temas abordados em áreas urbanas e rurais. Segundo o Datafolha, a cobertura midiática sobre a votação na Câmara dos Deputados fez com que quase dois terços da população declarassem ter tomado conhecimento do assunto.

Mesmo com a divulgação de muitos meios e, inclusive, pela defesa da bancada ruralista sobre o setor agropecuário, em geral a opinião pública mostrou forte preocupação pela conservação da floresta, até quando esta é colocada como eventual fator limitante da produção agropecuária.

“No caso do perdão do desmatamento ilegal, foram realizadas perguntas diferentes. Quando se oferecem três opções qualificadas, com uma intermediária, é possível observar como a primeira escolha da população seja em prol da mais rigorosa, isto é, a de punir em qualquer caso para dar o exemplo, escolhida por 48% dos entrevistados; em seguida vem a opção intermediária (a de punir só quem se recusa a repor a floresta) com 45%, enquanto a opção de perdoar sem repor a floresta, objeto da proposta votada pela Câmara dos Deputados, atinge meros 5%”.

Assim como a anistia e o reflorestamento, a ocupação de Áreas de Preservação Permanente (APA) está entre os pontos de conflito entre ambientalistas e ruralistas e também foi questionada na pesquisa. A informação é que, no caso de ocupação de áreas de encostas, topos de morro e várzeas, entre outros, a maioria da população (66%) afirma que devem se manter apenas os cultivos que segurem o solo e não gerem riscos de acidentes. Já 25% concordam que é necessário remover todos os cultivos, enquanto aquela de manter todos os cultivos, defendida por Rebelo, é apoiada por apenas 7% da população.

Segundo o Datafolha, a opinião geral sobre o tema é confirmada quando se passa a considerar as implicações políticas: 79% apoiam o eventual veto da presidente, no caso em que o Senado validasse a proposta da Câmara. Trata-se de uma parcela muito superior àquela que aprova em geral a atuação da presidente, que foi de 47% na mais recente pesquisa Datafolha, em março.

O Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) está cobrando do Senado que ele promova um amplo debate público sobre o projeto de lei do Código Florestal. Na proposição publicada pelo Diário Oficial da União, o Conama cobra que o Senado exerça sua função republicana e promova debates qualificados sobre matérias de interesse nacional.

A previsão é que o Código Florestal seja analisado pelo Senado durante cerca de quatro meses.

Fonte: Painel Florestal

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